Tudo sobre finanças verdes
Finanças verdes

Tudo sobre finanças verdes

Diante da emergência climática, a mobilização de financiamento é crucial para financiar a transição ecológica. O financiamento verde consiste em direcionar os fluxos financeiros para atividades ambiental e socialmente sustentáveis. Permite descarbonizar a economia através do investimento maciço em energias renováveis, na renovação térmica, nos transportes limpos e em todos os setores-chave da transição.

No entanto, a percentagem do financiamento verde ainda permanece marginal a nível global. Esse desenvolvimento acelerado é essencial esperar alcançar a neutralidade carbónica e respeitar o Acordo de Paris. A tarefa colossal exige sensibilização e mobilização de todos os intervenientes financeiros.

Neste artigo, descubra tudo o que você precisa saber sobre finanças verdes, suas questões cruciais e as alavancas para desenvolvê-las em larga escala. Mas antes de começarmos, aqui está como se tornar um empreendedor de sucesso.

📍 O que são finanças verdes?

Finanças verdes é um tópico que tem gerado muita repercussão ultimamente, e por um bom motivo! É um pouco como o mundo das finanças vestindo uma fantasia de super-herói ecologicamente correta. Mas concretamente, o que é essa coisa ? Basicamente, finanças verdes são quando o dinheiro é usado para trabalhar pelo planeta.

É a ideia de que o dinheiro pode ser usado para fazer o bem ao meio ambiente, em vez de apenas encher os bolsos de alguns figurões. Estamos falando de todos os investimentos, produtos e serviços financeiros que visam apoiar projetos que sejam bons para o meio ambiente ou para combater as mudanças climáticas.

Imagine só: em vez de investir seu dinheiro em uma empresa que fabrica motores a diesel, você investe em uma empresa que desenvolve painéis solares ultraeficientes. Isso é finanças verdes. Mas tenha cuidado, não é só uma questão de plantar árvores à esquerda, à direita e no centro.

As finanças verdes abrangem muitas coisas diferentes. Você tem títulos verdes, por exemplo. É como empréstimos, mas especificamente para financiar projetos verdes. Ou fundos de investimento que investem apenas em empresas que atendem a determinados critérios ambientais.

finanças ecológicas
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Há também todo o aspecto do seguro verde. É neste momento que as seguradoras começam a ter em conta os riscos das alterações climáticas nos seus cálculos. Pode parecer chato, mas é super importante incentivar as empresas a serem mais responsáveis.

E depois temos os bancos que estão a começar a oferecer empréstimos a taxas reduzidas para projectos verdes. Seja para uma empresa que quer ser verde ou para você que deseja instalar painéis solares no seu telhado. O legal do financiamento verde é que ele tenta mostrar que ser verde e ganhar dinheiro não são incompatíveis. Pelo contrário, a ideia é dizer que, no longo prazo, os investimentos verdes são mais seguros e potencialmente mais rentáveis.

Mas, como tudo o que brilha, o financiamento verde também tem as suas zonas cinzentas. Sempre existe o risco de "greenwashing", você sabe, quando as empresas fingem ser mais verdes do que realmente são. É por isso que existem cada vez mais regulamentações e rótulos para garantir que quando falamos sobre finanças verdes não seja apenas conversa.

E então, não se enganem, o financiamento verde ainda não é a norma. É um pouco como um adolescente em crescimento: está crescendo rapidamente, mas ainda tem manchas e falta de jeito. O financiamento verde utiliza diferentes alavancas para isso: investimentos sustentáveis, títulos verdes, empréstimos verdes subsidiados, seguros climáticos, relatórios extrafinanceiros... Os seus stakeholders são múltiplos: investidores, bancos, seguradoras, Estados...

📍 Por que é crucial?

O financiamento verde é essencial para responder às a emergência ecológica e climática. De acordo com o IPCC, o aquecimento global deve ser limitado a +1,5°C até 2100 para evitar consequências dramáticas. Para conseguir isso, é imperativo reduzir drasticamente e rapidamente Emissões de CO2 em todos os setores. Isto requer uma transformação profunda dos nossos modos de produção e consumo.

No entanto, essa transição exige investimentos maciços, da ordem de vários milhares de bilhões de euros. As finanças verdes permitem mobilizar esse capital para financiar a descarbonização da economia. 🌱 Sem essa reorientação dos fluxos financeiros, será quase impossível atingir as metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris.

As finanças têm, portanto, um papel central a desempenhar na acelerar a transição ecológica. Ele contém algumas das chaves para um futuro sustentável.

Quem são os atores das finanças verdes?

Os intervenientes no financiamento verde são diversos e desempenham um papel crucial na promoção de investimentos sustentáveis ​​e responsáveis. Entre elas estão instituições financeiras, como bancos e fundos de investimento, que desenvolvem produtos financeiros específicos, como títulos verdes, para financiar projetos com impacto positivo no meio ambiente. Estas instituições estão empenhadas em integrar critérios ambientais, sociais e de governação (ESG) nas suas decisões de investimento.

finanças ecológicas
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Os governos e os reguladores também são intervenientes importantes. Estabelecem quadros legislativos e incentivos fiscais para incentivar os investimentos verdes. Por exemplo, alguns países implementaram subsídios ou créditos fiscais para projetos de energias renováveis. Além disso, iniciativas internacionais, como o Acordo de Paris, incentivam os Estados a adotarem políticas favoráveis ​​às finanças sustentáveis.

Por fim, ONGs e organizações internacionais desempenham um papel de conscientização e defesa. Eles monitoram as práticas de empresas e instituições financeiras, promovendo transparência e responsabilidade nos investimentos.

Esses atores geralmente colaboram com o setor privado para desenvolver padrões e certificações que garantem que os projetos financiados atendam a critérios ambientais rigorosos. Juntos, esses participantes estão ajudando a transformar o cenário financeiro em direção a um modelo mais sustentável.

📍 Quais são as áreas visadas pelo financiamento verde

O financiamento verde ou financiamento sustentável visa direcionar investimentos e atividades financeiras para projetos e negócios que respeitem o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Aqui estão as principais áreas visadas pelo financiamento verde:

  1. Energias renováveis

O domínio das energias renováveis ​​está no centro do financiamento verde. O seu objectivo é financiar a implantação massiva de fontes de energia limpa para substituir os combustíveis fósseis emissores de carbono. gás de efeito estufa. Um aspecto importante é o financiamento de grandes parques eólicos onshore e offshore, bem como de grandes centrais fotovoltaicas ou solares concentradas. Estes projetos de grande escala exigem enormes investimentos que o financiamento sustentável procura mobilizar de instituições públicas, fundos verdes ou investidores privados.

Mas os investimentos também dizem respeito a instalações mais pequenas: parques eólicos cidadãos, centrais solares nos telhados, pequenas unidades de metanização agrícola, centrais micro-hidráulicas, etc. promover um mix energético verde e descentralizado.

O financiamento abrange também tecnologias emergentes, como a energia geotérmica para eletricidade e aquecimento, ou biocombustíveis de nova geração a partir de biomassa. Outra área fundamental é a implantação de sistemas intermitentes de armazenamento de eletricidade verde (baterias, estações de transferência de energia de ar comprimido, produção e armazenamento de hidrogénio, etc.).

  1. Eficiência energética

Juntamente com o desenvolvimento da energia limpa, o financiamento verde centra-se em formas de reduzir o nosso consumo global de energia para através da eficiência energética.

Na indústria pesada (aço, cimento, produtos químicos, fabricação de papel, etc.), são necessários investimentos significativos para modernizar os processos de produção e torná-los menos intensivos em energia. Isto pode envolver equipamentos novos e mais eficientes, sistemas de recuperação de calor ou mesmo a eletrificação de processos.

O sector da construção residencial e terciária é também um alvo importante no financiamento de programas de renovação energética em grande escala. Isto envolve um isolamento térmico reforçado, a substituição de sistemas de aquecimento/ar condicionado obsoletos, a instalação de equipamentos energeticamente eficientes (LED, eletrodomésticos classe A+++, etc..) e a implantação de soluções inteligentes de gestão de energia (redes inteligentes).

A mobilidade é outra área fundamental, com investimentos para desenvolver veículos elétricos e híbridos plug-in, modernizar os transportes públicos, otimizar a logística dos transportes para reduzir as emissões e promover a mobilidade suave. Estão também a ser feitos esforços na concepção ecológica dos veículos para os tornar cada vez mais leves e aerodinâmicos.

Por último, os investimentos visam aumentar a eficiência energética em muitos outros setores económicos, financiando auditorias, formação, investigação e desenvolvimento, certificações, etc.

  1. Gestão sustentável dos recursos naturais

Além da transição energética, as finanças verdes visam preservar os recursos naturais e, ao mesmo tempo, atender às necessidades das populações e da economia. No setor agrícola, os fundos são direcionados ao desenvolvimento de práticas mais sustentáveis.

Poderia ser o financiamento de conversão à agricultura orgânica, à agrossilvicultura, à agroecologia, aos cultivos de permacultura ou mesmo à redução de insumos químicos. Outro eixo é a preservação das florestas existentes e o reflorestamento através de programas de silvicultura e exploração madeireira responsáveis ​​e sustentáveis.

finanças ecológicas
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Parte do financiamento é dedicada à proteção e restauração de ecossistemas naturais, zonas húmidas e biodiversidade, a fim de manter os principais equilíbrios ecológicos do planeta. O financiamento sustentável também apoia iniciativas de gestão integrada e racional dos recursos de água doce e das zonas costeiras.

Mas o cerne do desafio reside no desenvolvimento de um modelo económico circular que visa reduzir, reutilizar, reparar e reciclar recursos e desperdícios. Devemos financiar massivamente a modernização das infraestruturas de gestão de resíduos, a implantação dos setores de recuperação, reciclagem e economia circular em todos os setores de atividade.

  1. Mobilidade limpa

Os transportes são um dos principais setores emissores de gases com efeito de estufa. A transição para uma mobilidade mais limpa e hipocarbónica é, portanto, uma prioridade absoluta para o financiamento verde.

Uma parte substancial dos investimentos é direccionada para a implementação em larga escala de veículos eléctricos e para a construção de infra-estruturas de carregamento associadas (terminais, redes inteligentes). Além dos automóveis e carrinhas elétricos, o financiamento abrange também autocarros e veículos pesados ​​de mercadorias movidos a eletricidade ou com outros motores limpos (hidrogénio, etc.).

O desenvolvimento dos transportes públicos é também objecto de investimentos massivos para oferecer aos cidadãos alternativas à utilização de automóveis particulares: novas linhas de metro, eléctricos, autocarros limpos, comboios regionais, etc. Nas zonas rurais, é necessário financiar soluções de mobilidade suaves e inovadoras.

No domínio do transporte de mercadorias, otimização da logística e transferência modal para meios de transporte mais eficientes do ponto de vista energético (ferroviário, marítimo, fluvial) reduzirá o impacto carbónico do setor. O financiamento verde também promove a modernização das frotas e a adoção de tecnologias de abastecimento mais ecológicas (GNL, biocombustíveis sustentáveis, hidrogénio, etc.).

Finalmente, mobilidade "douce“Resiliente e descarbonizado não deve ser superado com investimentos em infraestruturas cicláveis, zonas pedonais, serviços de partilha de automóveis e de carpooling, etc.

  1. Iinfraestrutura verde

O financiamento verde também intervém no financiamento de infraestruturas mais ecológicas para preparar as cidades e territórios para os desafios do desenvolvimento sustentável. Um foco principal é a construção e renovação de edifícios certificados com “alto desempenho ambiental” (LEED, BREEAM, HQE, etc.). Estes podem incluir edifícios neutros em carbono através de materiais de base biológica, design bioclimático, baixo consumo de energia e produção de energia no local.

As redes urbanas de água potável e de saneamento também são objeto de investimentos para torná-las mais eficientes, seguras e resilientes. O financiamento verde financia a construção de instalações de tratamento de água mais avançadas, estações de tratamento de esgotos e estações de dessalinização ecológicas. Também permite modernizar os sistemas de recolha de águas residuais e de gestão de águas pluviais.

A melhoria da gestão dos resíduos urbanos é outro aspecto importante com o financiamento de infra-estruturas dedicadas à triagem, reciclagem, revalorização e tratamento dos resíduos finais. O financiamento verde também incentiva as cidades a desenvolverem espaços verdes, corredores verdes, agricultura urbana e renaturalização para promover a biodiversidade.

Conclusão

Mobilizar financiamento para servir ao clima e à biodiversidade é vital para uma transição ecológica bem-sucedida. As finanças verdes têm um potencial colossal para descarbonizar a economia se forem desenvolvidas em grande escala. Poderá então tornar-se uma força motriz decisiva para a mudança em direção a um modelo sustentável.

Os desafios são imensos, mas as oportunidades também. Ainda há tempo para agir! ⏱️ Existem soluções, desde que você coloque finanças verdes no centro das prioridades. Muitas alavancas estão à disposição das empresas, dos Estados e dos cidadãos para acelerar este desenvolvimento essencial.

O futuro do nosso planeta está em nossas mãos. Deve haver uma mobilização total para enfrentar o imenso desafio da transição ecológica. As finanças verdes têm encontro com a história ! Mas antes de te deixar, o que é cheque devolvido?

FAQ - Tudo o que você precisa saber sobre finanças verdes

Sou Doutor em Finanças e Especialista em Finanças Islâmicas. Consultor de empresas, sou também Professor-Pesquisador no Instituto Superior de Comércio e Gestão, Bamenda da Universidade. Fundador do Grupo Finance de Demain e autor de vários livros e artigos científicos.

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